sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

2011.

1- Hereafter
2- United Red Army
3- Offside
4- Gianni e le donne
5- Essential Killing
6- Midnight in Paris
7- E o Tempo Passa
8- Film Socialisme
9- La piele que habito
10- Tio Boonmee

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

"o realizador leva a água ao seu moinho" e também a "um bom porto".




Como "tema", Network estará sempre imperturbável aos desmandos do tempo, pois a televisão foi, é e enquanto existir sempre será uma das maiores lixeiras criadas pelo ser humano- o que de bom já foi feito até hoje na história da tv não deve corresponder a 0,001% do total de segundos captados e tratados analógica ou digitalmente e ainda esse facto de haver gente que prefere dizer que é "banqueiro" ou "dirigente desportivo" a "jornalista televisivo", quando lhes perguntam a profissão-, a par do Starbucks ou de um agente financeiro. O filme de Lumet dá-nos a sordidez, oportunismo e hipocrisia do mundo televisivo (ganda Dunaway, sete foditas naquela boca), sempre à procura do melhor anzol para pescar audiências, nem que para isso tenha de apoiar um "messias" (Peter Finch) que combate, em delírio live, os grandes impérios financeiros que suportam essa mesma tv, e que dará origem, já vai o filme adiantado, ao seu melhor momento, um monólogo trovejante de Ned Beatty (ainda com o rabinho a fumegar) sobre a inexistência de fronteiras no mundo financeiro, vamos dar as mãos. Tirando esse momento de incandescência linguística, o resto é oscar material da mais cristalina ordem: "excelentes interpretações" (o William Holden nasceu a beber whisky), "argumento sólido", e "realização escorreita" do Sidney, que tem um punhado de melhores filmes do que este, embora esses não sejam nem tão "sólidos" nem tão "escorreitos". Este filme necessitaria de não ser "tão equilibrado" nem de cumprir exemplarmente o "caderno de encargos". Mais vinagre e terrenos escorregadios.

sábado, 24 de dezembro de 2011

coiso, acho eu.



O menino Jesus segundo São Cronenberg.


Quanto à lista de "melhores filmes do ano", à excepção óbvia do número 1 (They Live!), só irei revelar os restantes dez ou mil e quatro filmes (à Filipe Furtado) em dia anterior ao final do ano, com grande espectáculo de luz e cor e banda filarmónica de Torres Vedras a acompanhar. Lista só possível de ser organizada depois de nos últimos dois meses ter tido actividade infernal a sacar, a ver ou um outro filme no cinema e a comprar dvds pirateados, depois de um limbo espiritual reservado a intensa punheta e a uma extrema dor de cabeça provocada por Retardado Relvas, Senhor Merkel, Anão Sarkozy (e respectiva puta Bruni, uma representante exemplar da corrente estética "Hello Kitty", onde também se insere a filha do Coppola e a Joanna Newsom, etc), a "volutabilidade dos mercados" e o Djalma a titular. Antes de desejar bom natal, uma perguntinha: também posso fazer broches e bater punhetas aos gajos da Flor Caveira? Bom Natal

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Listas (iii)

A minha. Mais ou menos isto, sem ordem:

- Road to Nowhere, Hellman
- Tree of Life, Malick
- Film Socialism, Godard
- Tio Boonmee, Apichas
- Aurora,Puiu
- E o Tempo Passa, Alberto “o cinema acabou” Seixas Santos
- Restless, Van Sant
- Offside, Panahi (não vi aquele que não era um filme)
- Hereafter, Eastwood
- Merde, Carax
- Meek’s Cutoff, Reichardt

Uma merda de lista. Senão vejamos: Carax (um filme de 2008!), Panahi (um filme de 2006!!), Apichas (o cineasta da moda), Puiu (o cinema romeno estava na moda antes do Apichas - ainda que o Puiu e o Porumboiu sejam verdadeiramente do caralho), Godard (com um filme que vi apenas uma vez e que simplesmente me impressionou), Reichardt (até tenho alguma vergonha, mas gosto dos filmes dela).

Depois, vá lá, há três grandes filmes americanos: Van Sant, Malick e Hellman (gajos que filmam há 25, 40 e 50 anos, respectivamente).

Sobram os dois que mais me apetecem destacar por terem sido chutados para canto (não sei se fizeram os melhores filmes): Eastwood e Seixas Santos. Seixas Santos nem foi chutado para canto - enfiaram o filme num cofre e afundaram-no algures no Pacífico, fazendo com que nem toda a gente acredite que ele tenha verdadeiramente existido. Seixas, a filmar há 35 anos (15 anos antes do cinema ter acabado, 20 anos depois), fez um filme pós-apocaliptico, mas silencioso e se quiser ter uma obra "redonda" não faz mais filme nenhum.

Eastwood, cineasta com os colhões sempre no sítio. Tentando resumir: justeza na maneira de filmar sentimentos de frente (sempre). Também sempre a distância certa; vide travelling atrás final, aliás, mais um plano final maravilhoso como já nos habitou há muito. Pró Ano Há Mais.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Listas (ii)

A do ípsilon, claro. Encabeçada por esse filme que, segundo o não-editor, é "uma oportunidade para crescermos enquanto espectadores", que "nos oferece um espaço de reconhecimento", que, infelizmente, só não "conjuga a crítica e o público". Ainda assim, o vencedor é José Gil: "Canijo tem o ritmo do cinema de hoje".

Menos do que a lista em si, é intrigante atentar a alguns comentários de balanço, que parecem prometer um número 1 para 2012: o inevitável filme do Tocha - que apesar das salas cheias no Doc ninguém viu (presunção minha, claro). Parece então que o filme está programado para um ciclo do MOMA, o que vem legitimar a coroação, ainda sem oferecer pensamento sobre o filme. Mas repare-se na evidência da necessidade dessa legitimação; aquele "pois é" do não-editor (na legenda da fotografia de Tocha), contente por "É na Terra, Não é na Lua" estar ao lado de filmes de Akerman e outros big shots de que agora não me lembro. Aquele "pois é", tenho a convicção, está abaixo dos escritos do Mourinha. Esperemos pela estreia, esperemos pelos textos, esperançosamente com menos adjectivos do que aquele que já tivemos do Augusto Seabra uma semana antes do início do Doclisboa. Augusto Seabra, programador do Doc, apresentador da sessão do filme do Tocha no Doc... Em círculo, até ao próximo ano.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Listas (i)

Já cheira a listas. A primeira que me apetece fazer é a dos realizadores dos filmes actualmente em exibição no decrépito King: Van Sant, Almodovar, Von Trier. O decrépito King tem passado muitos filmes decrépitos, vindos de lado nenhum (mentira: vindos desses festivais mundo fora), romenos, uruguaios, parece a equipa do Benfica. E de repente três canonizados assim de uma vez, tudo muito contente, viva o decrépito King a voltar aos seus grandes dias. Uma tristeza ainda maior, digo eu. O Van Sant é do caralho.