quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

"um filme que nos faz crescer enquanto espectadores."


Ao fim de dois minutos tive de parar o desenrolar do ficheiro. Aquele cabelo, aquele perfil, os ombros...Fui ao Imdb, tentar confirmar as minhas suspeitas. Bien sûr, c'est Margot, do Conte d' Été. Treze anos mais nova, mas de um temperamento mais grave. Ao fim de quinze, fiquei espantado de comoção, ao ver a simples cena de Pauline aninhada nos braços de Marion. De uma singeleza que me faz questionar como é que se faz isto; também quero, papá!. Alguém compra amendoins. Nunca tinha visto ninguém, num filme, a comprar amendoins. Num Rohmer, até a pedofilia surge envolta em travos ligeiros. Um senhor de gabardine no metro de Lisboa e o Eric faria daí uma fofa fábula sobre o amor, com delicados e adultos diálogos entre o senhor de gabardine e meninas universitárias de lábios carnudos. Há um portão que se fecha e acaba o filme. Acaba também o cinema, circa 1983. 

1 comentário:

Daniel Pereira disse...

Aquele momento na "Árvore, o Presidente e a Mediateca" em que a jornalista está uns dois minutos à procura de uma cassete na qual possa gravar por cima o programa de rádio que está a dar. O som do "deck" a abrir, sai cassete, entra cassete, fecha "deck", prime botão, ouve, prime botão, aber "deck", sai cassete...

O mais belo dos cineastas.