sexta-feira, 2 de março de 2012

carta aberta a Deus.

Caro Max Monteiro,

Estáis, com certeza, neste exacto momento refastelado num qualquer sofá luxuoso à beira de um lago luxuriante, esperando a todo o momento os jaquinzinhos fritos com arroz devidamente malandrinho diligentemente trazidos pelo criado Vasconcelos. Chupas portugueses suaves enquanto o diabo esfrega um olho, e lês o policial Hoderlin com a tranquilidade dos afortunados. Daí consegues ouvir o Derek Jarman, esse não talento, a ser enrabado pelo Rock Hudson no meio dos frondosos arbustos. Não te quero incomodar muito, e bem sei que uma vez, na entrevista a um jornal desportivo que o pudor ensina a não mencionar, disseste que "eras dos três grandes", e já para não referir a tua desgraça clubística no Recordações. Mas, Mestre, Barão dos barões, tende piedade da minha simplória condição humana, e arvoreia qualquer processo que faça o grande FCP de sair hoje vitorioso naquele antro, senhor, amo, mesmo com o Sapunaru, o Maicon, o Cebola ou o Djalma, suplico-vos. Se assim o fizerdes, prometo, pela sua majestosidade e glória, que jamais voltarei a proferir ou a escrever quaisquer  injúrias soezes contra os filmes da filha do Coppola, contra o Honoré, o Noé, os Scott, o recente Van Sant, o Tree of Life, o Tarkovsky, o Payne, entre outros. É uma tarefa hercúlea para mim, bem sei, rapaz de fraca ponderação, tal como a tua não o é menos; só de imaginar o Nolito com o Sapunaru pela frente dá-me um engasganço no prepúcio. Mas com muita vontade e "espírito de sacrifício", Rei dos Gelados e dos brochins mandarins, vamos conseguir cumprir as nossas missões quase impossíveis, De Palma o guarde. Virgem Santíssima.

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