quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

o BEM e o MAL- 5 (de 5)- parte 1 (de 2).

...literalmente. Menino, o Napalm tinha-se borrado nos coeiros, pestilando os aposentos. Nestas condições acordados foram os Cavaleiros, marcava o relógio cinco da matina. Sérgio, o Belo, já com as vestes de batalha no corpo, bondosamente despertou os seus filhos, e todos foram instruídos a vestirem os trajes de guerra. Estremunhados assim o fizeram, e dito e feito estavam a rezar em frente a um ícone de São João Lucas. Lágrimas de emoção corriam nas faces de uns tantos. Comidos os ovos e os chouriços preparados bondosamente por Coppola, o Bezanas, foram saindo solenemente para a neblina matinal. Andavam já na rua alguns comerciantes da Aldeia do Bem, que muito espantados ficaram com tão invulgares práticas. Gomes, o Musical esclareceu o que se passava, e logo tais propósitos foram correndo de boca em boca até o centro da Aldeia ficar bem composto de gentes. Mulheres de xaile branco choravam e pediam protecção dos deuses e doces meninas davam beijinhos nos cavaleiros, que muito felizes ficaram com tais prebendas. Com os seus típicos andrajos e cajado, Seixas, o Sábio, exclamava a inglória de tal missão, pois "há muito que o menino Cinema Livre já bateu com os costados na parede. Ides em vão, senhores!". Todos fizeram orelhas moucas e Sérgio, o Belo esclareceu a estratégia de combate. Os Cavaleiros do Bem muito atentos o ouviram e gritaram vários hurrahs. Três Drones Straub E-A564 estavam junto dos cavalos dos Cavaleiros. Examinados todos os apetrechos, iniciaram a marcha em direcção às terras do Mal, que distavam de dois mil e trezentos metros. Atrás deles, havia sinfonia de gritos, choros e angústias. Uma menina beijava um poster do The Deer Hunter. "Vamos apanhá-los de calças na mão...", dizia de si para si Sérgio, o Belo, pois muito optimista estava. Entrementes...

...à mesma hora que o Bem iniciava a sua marcha, no Castelo do Mal ignoravam-se os propósitos do inimigo e todos dormiam com o demónio no corpo. Haneke, o Montanhês, acordou e decidiu espairecer a sua maldosa e nojenta consciência. Afiando facas, que mais tarde planearia usar no desnudado e massacrado corpo do menino Cinema livre, subiu até à torre de menagem e assim aspirar toda a maldade dos terrenos circundantes. Estava muito feliz mas depressa torceu o nariz, pois começou a chover "chuva torrencial". Estranhas manchas ao longe chamaram-lhe a atenção. Olhou, olhou, olhou e aterrado ficou. Desceu à bruta pelas íngremes escadas até cair aos bocados no chão. Tresloucado muito estava, e assim foi para o quarto do Senhor Académico. Sem licença arrombou a porta do aposento, qual touro, e avisou o Senhor do que aí vinha. Este perguntou-lhe que pesadelos eram estes, e Haneke, o Montanhês disse que era tudo bem real. Nestas aventuras se encontravam, quando um estouro de todo o tamanho abalou o Castelo até aos poços dos infernos. "Estão a cair-nos Straubs em cima, Senhor!", dizia Mauzão Digital, que ali se tinha juntado em trajes menos próprios. Novo estouro e paredes desfeitas e tijolos pelo ar. Muita fumaça nos corredores. Os três a custo saíram dos aposentos do Senhor Académico, cambaleando pelo "rasto de destruição" circundante. Winding Refn, o Piloto já jazia em postas. Noé, o Discoteco tinha sido projectado do seu quarto para a sala de estar, com a cabeça em parte incerta. "Apanharam-nos de calças na mão!", gritava Mauzão Digital, perguntando ao Senhor Académico que se haveria de fazer. Este estavam petrificado e sem mugir. Haneke, o Montanhês deu-lhe duas berlaitas na cara para o despertar. Foi nessa altura que reparou que o seu Senhor tinha falecido. Haneke, o Montanhês chorou muito e Mauzão Digital puxava os cabelos em pânico. Novo rebentamento e estilhaços a voar. Hologramas Wachowski desfeitos ao meio. Haneke, o Montanhês, desligou-se das lágrimas e decidiu-se a ir para as masmorras infernais: " Vivo é que não o apanham, seus filhos da puta!", vociferava. Lá chegado, quase teve um ataque de coração...

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