quarta-feira, 29 de maio de 2013

O elefante



White Hunter, Black Heart é Clint em pleno período de legitimação académica, iniciada dois anos antes e consagrada dois anos depois. Pelo meio, um Rookie deliciosamente ridículo e que serviu para pagar as contas. É um filme perfeito para quem acha que um dos problemas dos filmes do homem é o recurso a "músicas de chorar" como sinal exterior de sentimentos. Nada disso aqui; uns ritmos tribais, umas coisitas africanas, e que mantêm o filme sempre agarrado a terra firme, sem qualquer elevação cardiovascular. Não fosse a interpretação hustoniana de Clint, nos limites da paneleiragem, e isto seria mais um daqueles casos que explicam porque é que o avô cantigas Rosenbaum é tolinho (é o filme preferido dele do realizador Clint). Nota: 3

The African Queen é "um dos melhores filmes de todos os tempos". Não, tal não foi proferido por alguém que acabava de vomitar na sarjeta um repasto de um cabrito e trinta minis. São alguns críticos oficiais da "história do cinema". E o Lawrence da Arábia também. E o Casablanca. Isto é um exemplo bem lindo da prática: arranjar duas estrelas do cinema e apontar-lhes uma câmara durante hora e meia. Podia ser boa ideia, se para além do carisma, houvesse uma porra de perversidade ou gravidade. Isto é tão macio que até dói. História? Don't ask. E até começa bem, com um genérico que podia estar perfeitamente no Raiders of the Lost Ark ou no Los Muertos. O Huston, todo bêbado e a pensar em elafantes, e depois faz "um dos melhores filmes de todos os tempos". Meus ricos Fat City e The Dead. Meu rico Stallone na baliza.  Nota: 2

5- Dr. Mário Soares vs Dr. Álvaro Cunhal, 1975
4- Octávio Machado vs Fernando Gomes, Donos da bola, anos 90
3- JFK VS Nixon, 1960
2- José Gomes Ferreira
1- José Milhazes sem barrete
0- Daniel Cohn-Bendit