sábado, 28 de setembro de 2013

cinema-espectáculo






Coronel Kurtz ficaria orgulhoso

Sou como o Costa: também vejo "cinema-espectáculo" de noite, embora não em dvd, mas sim no pc, e com headphones, nada de ver filmes no portátil, na cama, e com o portátil de lado. Ora um dia destes houve sessão-dupla de "cinema-espetáculo", com o After Earth do Shyamalan, que ficará para outras núpcias, e o World War Z, que é o que me interessa para aqui. O World War Z, mais um filme de zombies com adendas políticas, ou não fosse este um filme de zombies, pois filme de zombies que não possua cartilagem sócio-cultural não é filme de zombies, e bem vejam a caixa de pandora que o Romero abriu há quase cinquenta anos. O Brad Pitt começa o filme em Philadeplhia e no espaço de duas horas anda pela Coreia do Sul, por Israel (no momento político mais político não há, claro) até desaguar na Escócia, assim como se fosse um inter rail ultra-expresso. São 123 minutos de quase completa nulidade, e escrevo quase porque há uns dez segundos que valem muitíssimo a pena. Aí pelos quarenta minutos ou cinquenta, não sei, um ex-agente da CIA  que ficou maluquinho à la Reinfeld, todo desdentado, explica ao Pitt que só houve um país que escapou à epidemia mundial de zombies: a Coreia do Norte. "Com o recurso a armas?", pergunta o esposo da Jolie. "Armas são metade do processo", responde o ensandecido agente. E nisto levanta-se e começa, contentíssimo, a arrancar mais um dente com as próprias mãos. E depois explica:

They pulled the teeth of all 23 million in less than 24 hours. No teeth, no bites

Sem mais delongas:


And I thought, my God... the genius of that! The genius! The will to do that! Perfect, genuine, complete, crystalline, pure. And then I realized they were stronger than we, because they could stand that these were not monsters, these were men... trained cadres. These men who fought with their hearts, who had families, who had children, who were filled with love... but they had the strength... the strength... to do that.

Estas sábias palavras de Kurtz é que demonstram o verdadeiro apreço que o americano comum, a começar por um qualquer executivo de uma grande companhia cinematográfica, tem pelo governo e povo da Coreia do Norte. Só faltava agora dizerem e escreverem que o que o ex-agente da CIA diz é a típica visão simplista e provinciana e a estourar de clichés do americano comum sobre qualquer outro país que não os EUA, e neste caso em particular, a Coreia do Norte, país na berra nos últimos tempos. Muito injusto.

é uma merda...

...quando as actrizes porno olham directamente para a câmara, bebendo os mandamentos godardianos (como dizia o Godard...) da quebra da fourth wall. Mas a culpa nem é das pobres meninas, mas sim de realizadores medíocres, que provavelmente nunca bateram qualquer punheta a ver pornolândia. Aqui vai, filhos da punheta: eu não quero saber que a(s) gaja(s) sabe(m) que está(ão) num filme. Tudo tem de parecer o mais verosimil possível, porque uma puta dessas a ter dois no cú e um na boca enquanto masturba mais dois, enquanto olha para a câmara, numa de pseudo-cumplicidade com o espectador-punheteiro, não é credível e arranja-nos grande berbicacho A não ser, claro, que seja um snuff movie verdadeiro. Aí a técnica tem toda a razão de existir. Vamos lá a ver isso. Custa bem menos do que pôr o FCP a jogar futebol.

só dá Sabato


Sobre o Springfield, e enquanto Jessie's Girl assaltava os ouvidos do Mark Wahlberg, do John C. Reilly e do Thomas Janes: "a friend of mine", dizia o Alfred Molina na mais brilhante sequência do Boogie Nights (parto-te ao meio, Paul! A roubar aos mestres e a brincar aos cinemas!)

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Por falar no Sabato





Vilhena para sempre


para além de Justin Timberlake, também gostamos de:


Ver o Varela em campo até me causa má-indisposição. Mesmo.

São várias as hipóteses de explicação para o que tem sido este FCP hediondo de início de época. Aí vão elas:

1. Paulo Fonseca é cego. Literalmente. Desprovido de um dos principais sentidos, compensa isso com um aumentar significativo da performance de todos os outros, onde se destacam o tacto e o cheiro. Certamente que aqui o nosso Paulo gostará dos perfumes de Licá, Varela, Fernando, Defour, Otamendi, Ricardo, para além, obviamente, de deveras apreciar as suas peles sedosas e agradáveis ao toque. 

2. Paulo Fonseca fez uma aposta com um amigo, que consiste em o FCP ganhar o campeonato apenas a jogar com três ou quatro jogadores em campo. Tenta provar, assim, que o seu génio e sabedoria pode derrubar qualquer obstáculo e adversidade, para além disso significar uma estadia num resort tailandês. 

3. Paulo Fonseca tem um profundo carinho por pessoas com incapacidades físicas e intelectuais, daí colocar todos em campo e ao mesmo tempo, num salutar gesto de amizade e compreensão para quem não nasceu "como todos os outros". Os mais capazes que esperem pela sua vez.

4. Paulo Fonseca, e ainda no seguimento do ponto anterior, é um anti-darwinista puro. Os mais aptos, consigo, apenas terão noites e tardes infernais, podendo, contudo, a situação reverter-se se eles começarem a regredir em termos mentais, físicos, orgânicos e químicos. Herrera, Quintero e Ghilas terão, assim, de conviver bem mais com Licá, Varela, Defour, Fernando, etc, bebendo e assimilando toda a sua estupidez e falta de capacidade adaptativa. Imundos e maus!, todos aqueles que nasceram com a capacidade de fazer três passes certos, rematar, recepcionar uma bola, nojentos!, pensa o nosso Paulo.

5. Paulo Fonseca tem dívidas à Yakuza, fruto de uma estadia no Japão há alguns anos. Não tendo capacidade para pagar os 11111111110000000000 de yenes da dívida, e como a outra opção é ter um dedo cortado, chegou-se ao entendimento de que a única forma de perdão era ele minar a equipa de futebol do FCP com a inclusão de paralíticos no onze inicial. O chefe da Yakuza simpatiza com o Benfica. 

6. Paulo Fonseca é um medíocre treinador de futebol. 

sábado, 21 de setembro de 2013

patrocinamos:


É raro os dois co-autores deste blogo estarem de acordo, mas eis um filme que seduz o espírito e a omoplata de ambos. E como não há fome que não dê em fartura, chegou-se também ao entendimento de que o Der Himmel uber Berlin é uma merda.

aí está


Quando pensávamos que as expectativas estavam em gloriosos níveis abaixo do solo, eis que estes dois minutos ainda nos vêm alegrar ainda mais o coração e o ombro esquerdo. Grande Padilha.

Quê?


Vamos ter adaptação cinematográfica disto? Do, salvo erro, livro que me auto-ofereci no natal de 1999? Não ser o Boyle a realizar já tem os seus encantos. Esperemos encontrar na "magia da tela" Bruce e a sua putinha de quinze anos, Bruce e os seus eczemas nos tomates, Bruce e as milhentas refeições de caril, e ainda o saudoso Hector, o Fazendeiro, o seu cão e uma interessantíssima relação entre esse mesmo cão e uma jovem em cinta de ligas nas provincianas noites inglesas. Se for medíocre, já gostamos.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

summer's almost gone...

...e dentro em breve falaremos sobre os Morangos com Açúcar. Entretanto...


...depois de Francesca, eis que nos chega à redacção Kathryn Eastwood. O legado do mestre está asseguradíssimo. Queremos ser nomeados para aquela cousa dos blogues cinematográficos.

cona da tia.



Quando leio ou ouço qualquer dislate sobre a "integridade", "verticalidade" e "carácter" da música Punk, só me apetece formar uma boys band. E nem estou a pensar em lixeiras cósmicas tipo Green Day, Offspring, Blink 764576, mas antes nos "integros" e "verticais" Lydons e do Strummer dos primórdios. Minha riquinha música burguesa.

Vilhena para sempre


domingo, 15 de setembro de 2013

Costa, Cinemateca, after-party pós exibição de A Casa de Lava, 13/09/2013. Highlights.

...que entrou num filme de um senhor francês chamado Chris Marker...não sei se conhecem...


...estou a olhar para vocês...e parece-me que a maior parte não era nascida na altura do meu primeiro filme...

...como diz o Godard...*

...alguém quer perguntar alguma coisa?...

também vejo cinema-espectáculo...de noite...no dvd...


...andei à porrada com o Isaac de Bankolé...o Isaac partiu o meu assistente todo...o Isaac já tinha muitos agentes na altura...americanos, até...

...eu estou aqui (Cinemateca)...mas estou lá (Fontaínhas)...

...era tão difícil de lá sair...que ainda lá estou (Fontaínhas)...

...não sei filmar paisagens...

...só gosto de filmar pessoas...

...o Fritz Lang...

...o director de fotografia deste filme (A Casa de Lava) fez parte de todos ou quase todos os filmes do Robert Bresson (faltou aqui acrescentar o "não sei se conhecem").


...a equipa do filme? Muito dura, profissional...e depois um gajo tem de ter certas conversas com eles...Benfica, gajas, automóveis...essas bacoradas

...por outro lado, com o director de fotografia, falava sobre música...

...atenção, eu gosto do Benfica e de futebol, mas...

...todos os filmes podem-se fazer com metade do dinheiro...

...alguém quer perguntar alguma coisa?...

...enquanto o Victor (Erice) não vem...**

...a Edith Scob é maravilhosa...

...grandes cenas de pancadaria...

...hoje em dia, sou eu e mais uns 3 ou a 4 a resistir...

* "como diz Godard" é bom é para um jovem proto-cinéfilo que queira ganhar legitimidade no grupo em que se  tenta inserir, ou então para agradar a alguma menina culta. Pedro, não precisas mais de tais muletas.

** não chegou mesmo a vir. Por respeito a um dos maiores cineastas da história, escuso de passar para aqui o que imaginamos que terá acontecido.


o meu sonho para mais ou menos os últimos dias de Dezembro deste ano, ou o mais tardar, primeiros dias de Janeiro de 2014?

....evidentemente, alguém colocar o An Autumn Afternoon e o Tokyo Story no seu top ten anual...mas atrás do filme da filha do Coppola.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

E eu, aquando das sessões, estou onde?

Sim, pode ser Tindersticks.


And I tell you with my tongue between your toes
If there's ever anyone else
Don't let them do this

terça-feira, 10 de setembro de 2013

...e no final um café...


O maior e melhor filme de bêbados da história. Sem figuras tristes à Napalm e quejandos nas noites citadinas lisboetas, mais parecendo rídículos figurantes de "filmes" tipo Ressacas e demais cagalhões onde a bebedeira é mero mcguffin para se ter um alibi para figuras tristes e "juvenis", e eu nem quero pensar o que irá acontecer numa vindima próxima. Dignidade na bebedeira. Chishu Ryu, o homem que estava sempre a sorrir, mesmo com duzentos copos de saké no bucho. Harmonia absoluta entre mise-en-scène fílmica e mise-en-scène alcoólica. Nada de Bukowskis e Millers por aqui, fideputas. Que o nome deste blogo tenha surgido numa altura em que nenhum dos seus autores tinha visto o filme, só prova que, provavelmente, somos talvez dos maiores génios da humanidade em ver a longo prazo; desde que não estejamos com os copos, claro. O bagaço acabou-se aqui por casa. 

Querias o quê?...



...Tindersticks e Animal Collective, não?