segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Os incorruptíveis contra o cinema

Já estava a caminho da cama, mas entretanto deparo-me com isto:

Por exemplo, dentro de cinquenta anos ninguém se vai lembrar de La vie d’Adèle: chapitre 1 & 2 (A Vida de Adèle: Capítulos 1 & 2, 2013). Ou o Entre les murs (A Turma, 2008) [de Laurent Cantet]. Alguém se lembra desse filme? E só passaram cinco anos. Dentro de cinquenta anos toda a gente ainda vai querer ver Lluis Serrat no grande ecrã, ver como age, o seu novo filme, como fez a sua nova personagem. Pelo contrário, ninguém vai querer ver La vie d’Adèle nunca mais. Trata-se de uma questão de pureza e ela é uma coisa insaciável, inesgotável, interminável.

bla, bla, bla, bla, bla... ou isto:

 Imagina que eu digo agora que o Franco era muito boa pessoa e vem este realizador de La vie d’Adèle [Abdellatif Kechiche] e diz “não, não, eu sou de esquerda” e as pessoas começam a dizer que o Albert Serra é um idiota. Porque eu digo bem do Franco e o outro é de esquerda… Sim, mas o Albert utiliza actores não-profissionais! E o outro utiliza umas gajas milionárias, onde tudo tem a ver com o dinheiro e com as empresas mais corruptas. E isso resulta que eticamente ele seria melhor que eu… Quer dizer, eu também sou de esquerda, note-se, não sou franquista. [risos] Antes havia uma posição mais firme como por exemplo com Pasolini ou Vittorio De Sica. Uma aproximação à realidade muito mais honesta, com todos os seus elementos. E buscavam uma beleza também onde antes não se tinha buscado. Encontrar actores e beleza nas pessoas da rua. Isto contém uma ética. E agora quem faz isto? Antes havia muito isto mas e agora? Quem? Straub, o único? Pedro Costa? Mas fez esse filme com a Jeanne Balibar… Por exemplo, o Lisandro Alonso vai fazer um filme com o Viggo Mortensen… Quem é que sobra eticamente sério, incorruptível? Ninguém fala disto, porque é tido como não importante, que o que conta é o resultado… Mas eu penso que se trata de um compromisso ético que nada tem a ver com o resultado final do filme. 

bla, bla, bla, bla, bla, bla, bla, ...

Ó SERRA, LIMITA-TE A FILMAR E  METE-TE NO CARALHO MAIS A "AUTENTICIDADE", E OS "INCORRUPTÍVEIS", E A "ÉTICA" E O CARALHO QUE TE FODA, CARALHO! SEMPRE COM A PUTA DA AUTENTICIDADE, E A PUREZA, E A "INTEGRIDADE" E A CONA DA TUA TIA, TAMBÉM NÃO? FODA-SE, QUE ISTO É SÓ FASCISTAS DA ÉTICA. SERRA, SE TE APANHO....vamos beber dois copos e vamos tentar sacar o telemóvel da Lea Seydoux. Isto se TER SEXO COM ESSA "GAJA MILIONÁRIA" FOR PARA TI SUFICIENTEMENTE INTEGRO, E ETICAMENTE IRREPREENSÍVEL, MEU CABRÃO! PUTA QUE TE PARIU! ÉTICA PUNK DO CARALHO E COISO e também pode vir a Jeanne Balibar. OU NÃO QUERES, MEU "HONESTO"? 

1. não vi o filme do Kechiche. Mas, só por estas palavras de mais um "autêntico" da nossa praça, arrisco: "obra-prima" no escuro. DANEYS WANNA BES DO CARALHO.

2. Neste post há tantos caralhos que já estou a ouvir os passos do Guiraudie.