quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

só dá Argento (9 de não sei quantos)


"A Cantiga é uma arma", assim cantava o camarada José Mário Branco em período pós PREC. Para o Dario Argento, além da cantiga, toda a arte era (é) uma ferramenta de arremesso: literatura, ópera, arquitectura, escultura, pintura, actividades artisticas para arenas de terror e crime. A "beleza" e o "sagrado" das Artes são coisas desmistificadas para o homem; "vocês, cantoras de ópera, são todas umas putas!", dizia o serial killer de Opera. Em La Sindrome di Stendhal são os frescos dos mestres renascentistas que surgem como o cimento para mais uma série de vilanias e para nova descida ás cavernas do subconsciente. Isto é Argento em profundo delírio, com pinturas a adquirirem vida, violações no limbo entre fantasia e realidade e personagens masculinas a variarem entre a idiotice e a insegurança emocional (estranho, para um "misógino"). A loucura vai longe de mais no último terço, com cabeleiras postiças e um twist concretizado com elevadas doses de patético; Dario a ser ainda mais de Palma (já estamos a imaginar um fresco de um mestre renascentista a simbolizar Argento e Brian a chuparem na teta da loba Alfreda) que o próprio. Mas acaba de forma memorável, com um plano que também ele poderia estar exposto nas Galerias Uffizi, com o nome: Pietá segundo São Dario