domingo, 11 de maio de 2014

mãe fordiana


Pozitia Copilului é um dos filmes que merece amplamente as designações de "filme de argumento" ou/e "filme de actores", pois os seus méritos derivam exclusivamente dessas matérias, e não da total inépcia motora do realizador e do seu possivelmente embriagado editor (já acontecia o mesmo no último romeno que vi por aqui, o Beyond the Hills, embora tenha gostado bem mais deste Pozitia...): desde roturas de eixo sem propósito até à demente e cada vez mais ridícula "câmara-parkinson", é um formal festival de como arruinar um filme. Daí a aclamação fogueteira que se tem de fazer dos actores e do argumento de Razvan Radulesco e do próprio Calin Petzer Netzer, que parece rapaz mais dado a letras que à arte do visual. É um permanente duelo entre a subtileza da "estória" e a precisão dos jogos corporais dos actores e o camião carregado de cimento e a deitar fumo e a roncar que é o Petzer a dar ordens ao seu director de fotografia. Trabalho visual é coisa que só aparece num dos últimos planos, o que demonstra a enorme preguiça de Calin, coisa que compreendemos, pois eu faria muito pior. A registar, também, são os permanentes planos da luminosa Luminita Gheorghiu a fumar, lembrando-me o porquê de ter abandonado a por agora absurda ideia de deixar de fumar.