domingo, 14 de junho de 2015


O Saint Laurent do Bertrand Bonello está para "a moda" como o Velvet Goldmine está para "a  música": zero de investigação psicológica, superfícies brilhantes por onde se escondem mais superfícies brilhantes, identidades vazias e mudas de roupa. Só elogios, portanto. Ao fim de hora e meia Bonello já não tem mais nada a dizer, e assim os restantes sessenta minutos já não têm nem sequer um centro dramático a que uma pessoa se possa ancorar: é só "imersão" em gestos e em decoração de interiores. Para outros será chatice, para nós foi bonito, pois além de sermos pobres, a nossa saúde não recomenda o uso de drogas psicotrópicas. Além disso, nem acreditámos nos nossos olhos quando para aí à meia hora vimos, numa mesma divisão e bem perto uma da outra, a Jasmine Trinca e a Léa Seydoux.